quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

modo convencional


no balneário muito louco as pessoas escorregavam alucinadas pelo tobogã. o problema é que a queda na água era tão violenta que criava uma bolha de plástico em volta da pessoa, difícil de romper pra poder respirar. aí que eu entrava, rasgando o plástico e salvando a galera, por pura presença de espírito, porque ninguém tinha pensado nisso. cheguei até a salvar a mim mesma.
também tinha um shopping todo moderno no interior, só que a escada rolante era quase uma roleta russa, porque a queda era praticamente livre, de tão vertical que era. vi várias mães arriscarem a vida de seus filhos, e um idoso arriscando a própria vida, e tudo pra chegar lá embaixo sem ser do modo convencional.
e eu, como adolescente do sexo masculino que era, trancado em casa de familiares tiranos, tinha que fazer o menor barulho possível pra poder me transportar ao mundo das aventuras. era na dispensa, eu tinha que mover os engradados de lugar sem que ninguém ouvisse, e era a partir daí que a aventura nas selvas da américa latina começava.